quinta-feira, 19 de agosto de 2010



Práticas inovadoras no ambiente escolar

A Professora de Alzanira da Conceição de Sousa, que leciona a disciplina Biologia, no C. E. Wady Fiquene, em Itapecuru Mirim -MA, está animadíssima com as suas “novas” aulas. A professora decidiu inovar as suas ações didático-pedagógicas, através da utilização dos recursos tecnológicos existentes na sua escola e para tanto, buscou ajuda no NTE Itapecuru e agora está preparando suas aulas no Impress, aplicativo do Linux Educacional, que possibilita a criação de apresentações, assim como o Power Point do Windows.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A INTERNET É LUGAR DE PLÁGIO OU DE AUTORIA?

INTERNET É LUGAR DE AUTORIA OU PLÁGIO?

“Sendo a tecnologia uma dinâmica ambígua, pode servir para qualquer coisa; oferece, contudo, grandes oportunidades desde que não se perca o olhar questionador”.
(Pedro Demo)

Os ambientes virtuais de aprendizagem como o e-mail, o blog, o chat, as wikis e fóruns, etc, são ferramentas viáveis para a dinamização do processo ensino-aprendizagem, pois podem servir para a transformação do espaço de sala de aula,num espaço interativo e colaborativo. No entanto, é preciso que haja um certo “controle”, a fim de que tais objetos de aprendizagem não se transformem em objetos de “desaprendizagem”.
Em seu texto “Habilidades do Século XXI, Demo destaca que as novas tecnologias de informação e comunicação (TICs), nos lançam a novos desafios, dada a urgência da nova sociedade que se forma. O autor cita, ainda, a questão das novas alfabetizações, sugerindo que não basta mais somente saber ler, escrever e contar, pois há outras motivações para a alfabetização as quais tem como eixo a “fluência tecnológica”. Nesse aspecto, o autor destaca que é preciso que a pedagogia direcione a tecnologia e não que fique a reboque dela.
Quanto à autoria, Demo destaca: “Não somos inovadores, mas consumidores de inovações”. Nessa ótica, a autoria é pensada como aquilo que o sujeito consegue adquirir a partir das informações que obtém, ou seja, é preciso que ele vá além da posição de consumidor de programas e informações e passe a ser um criador de informação, adquirindo a habilidade desconstruir e reconstruir habilidades, numa postura de sujeito participativo/reconstrutivo.
Nesse sentido, trabalhar a autoria na versatilidade tecnológica requer que se faça uso de softwares que implicam a participação ativa do “usuário”, que deixaria de ser apenas usuário para ser partícipe. Demo destaca os blogs e wikis como ambientes de publicação e elaboração de textos que podem ser utilizados na concepção da autoria. O próprio ato de fazer escolhas ao percorrer um hipertexto, clicando em elos de conexão e, assim, seguindo para outros textos e outras leituras e inventando um percurso particular, seria já uma forma de escrita ou de autoria. Leitor e autor seriam, sob esse ponto de vista, uma coisa só ou, melhor dizendo, a mesma pessoa.

Para Demo, a construção coletiva tem um destaque importante, quando se trata da questão da autoria crítica e autocrítica. “Saber pensar não se restringe mais a uma atividade recolhida, ensimesmada, produto de uma cabeça privilegiada, mas assume o desafio de tornar-se jogo coletivo”.
Outro destaque dado pelo autor diz respeito ao papel docente, onde destaca que é preciso que o professor esteja envolvido com a aprendizagem profunda do aluno na condição de orientador e avaliador, além de motivador.
Diante de todas as reflexões a respeito das idéias de Demo, pode-se concluir que os ambientes virtuais de aprendizagem e todas as ferramentas de autoria que disponíveis na web, podem ser utilizadas como ferramentas auxiliares do e no processo de ensino-aprendizagem. Porém, dada a multiplicidade de interações propiciadas pela Internet, é preciso cautela nas ações a serem desenvolvidas por professores e alunos e principalmente, que todos estejam preparados e saibam lidar com os ambientes interativos.
Para evitar o plágio e o reuso de informações, cabe aos professores tomarem consciência do problema e se prepararem para evitar que a falta de ética se torne normal em sala de aula. É preciso que estejam “antenados”aprendendo a manusear os objetos midiáticos utilizados pelos alunos em seus projetos, procurando intervir no momento oportuno, para evitar que a tecnologia se transforme em instrumento de banalização do conhecimento, ao invés de instrumento de acesso ao conhecimento.

REFERÊNCIAS

Curso de Especialização Tecnologias em Educação. Oficina: Projeto Pedagógico Utilizando Ferramentas de Autoria. Conteúdo do Módulo. CCEAD/PUC – RIO/MEC, 2010.
Curso de Especialização Tecnologias em Educação. Oficina: Projeto Pedagógico Utilizando Ambientes Interativos Virtuais - Algumas Idéias Sobre o Uso Pedagógico da Tecnologia. Unidade 3. Conteúdo do Módulo. CCEAD/PUC – RIO/MEC, 2010.
DEMO, Pedro. Habilidades do Século XXI. B. Téc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 34, n.2, maio/ago. 2008.

DICAS PEDAGÓGICAS

PELA INTERNET (GILBERTO GIL – 1996)
Criar meu web site
Fazer minha home – page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje
Que veleje nesse informar
Que aproveite a vazante da informaré
[...]
Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot – link
Num site de helsinque
Para abastecer

Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via internet
Um grupo de tietes de connecticut

De connecticut acessar
O chefe da Macmilícia de Milão
Um hacker mafioso acaba de soltar
Um vírus pra atacar programas no Japão
[...]
Esse texto de Gilberto Gil é um excelente corpus para o ensino de Língua Portuguesa, aliada à Arte, Inglês, História e Geografia. Podem ser trabalhadas diversas manifestações da língua como os estrangeirismos (gigabyte, hot – link), as figuras de linguagem ( que aproveite a vazante da informaré), dentre tantas outras possibilidades. Cabe, pois, aos professores escolherem o melhor caminho a seguir.

sábado, 14 de agosto de 2010

Uso pedagógico de mídias na escola

ANALISANDO A MUDANÇA

Por Celine Azevedo

O principal desafio da sociedade contemporânea é saber lidar com as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s), para que o ser humano não se torne um mero usuário das mídias, mas que aprenda a construir novos conhecimentos, a adquirir novas possibilidades, achar soluções viáveis para resolver os problemas do seu cotidiano, facilitando assim, a sua vida e a da comunidade.

A mudança deve acontecer em todos os setores da sociedade e na própria pessoa. Às Instituições de Ensino, cabe a adequação de seus currículos, em todos os níveis, da Educação Infantil ao Ensino Superior, possibilitando aos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, o contato com a tecnologia, a capacidade de poder aprender a manusear os equipamentos, a buscar novas formas de aprender e ensinar.

Sem dúvida, a internet e as demais tecnologias influenciam sobremaneira, as formas de organização e sistematização das aulas, na medida em que os espaços de troca de informações são os mais diversos possíveis, presenciais ou à distância. O processo ensino-aprendizagem dar-se-á de forma rápida, com múltiplas interpretações. Os conteúdos tomarão novos formatos, serão acrescidos de imagens e sons as informações serão atualizadas a todo o momento, surgirão novos contextos e situações, desencadeando nos sujeitos, a necessidade de fazerem inferências, acréscimos, tornando-os assim, atores e autores do ato comunicativo.

A escola precisa redimensionar o seu papel na sociedade. Os avanços científicos, culturais e sociais, alavancados pelo desenvolvimento veloz das tecnologias, ditam uma nova “ordem mundial”, uma nova realidade, onde os atos de aprender e ensinar configuram-se como dois eixos importantes para a aquisição de conhecimentos relevantes, que insiram o sujeito no mundo tecnológico, na realidade virtual, que a cada dia torna-se mais real e acontece bem debaixo de nossos olhos.

É importante que nós, educadores, tenhamos força de vontade para aprender, para adquirir novas competências e habilidades, como afirma Perrenoud.

Precisamos criar novos conceitos, novas metodologias, um jeito novo de ver o mundo, de interagir com os nossos alunos, colegas, enfim, aprender a fazer uma aula diferente, para podermos ser construtores e mediadores do conhecimento e não meros transmissores de conteúdos, os quais, na maioria das vezes, já não fazem mais sentido, porque não são contextualizados, não despertam a curiosidade, não aguçam a criatividade do aluno.

Não quero dizer, entretanto, que basta usar os recursos tecnológicos e estaremos fazendo a coisa certa. Como diz Moran, o deslumbramento de muitos e o uso exacerbado das tecnologias, sem nenhum critério, pode levar as pessoas ao comodismo, à submissão, ao aumento do individualismo e à alienação, já que há muitos jogos de interesse por trás dos grandes grupos e empresas.

É necessário sim, que a Educação possa acompanhar o desenvolvimento tecnológico, onde tanto os docentes quanto os discentes tornem-se pró-ativos, que possam interagir de forma mais rápida e eficiente, agregando conceitos e conteúdos necessários ao pleno desenvolvimento de suas potencialidades, de forma criativa, equilibrada e coerente.

Por isso, outro grande desafio da Sociedade de Informação e Comunicação, é diminuir a exclusão digital, ou seja, é possibilitar a todos, em todas as esferas da sociedade, o acesso às TIC’s. Não um acesso superficial, mas a possibilidade de interação, de construção do conhecimento. Além disso, é preciso combater os crimes virtuais, como roubos, violência, prostituição, pedofilia, dentre outros.

Dessa forma, uma Educação de qualidade mediada pela tecnologia, não pode ser feita de qualquer jeito, há de acontecer uma mudança de paradigmas na sociedade como um todo.