Este é um espaço para divulgação e troca de experiências sobre o uso das mídias e demais recursos tecnológicos na Educação.
quinta-feira, 31 de maio de 2012
quarta-feira, 30 de maio de 2012
terça-feira, 29 de maio de 2012
Projeto Político Pedagógico - PPP
Curso: MBA GESTÃO ESCOLAR
Disciplina: Projeto Político Pedagógico
Pólo: Itapecuru-mirim
Nome (s): Celine Maria de Sousa Azevedo
Professor (a) online: Cecília Clark
Atividade Dissertativa Avaliativa
Itapecuru-mirim
–MA
2011
Mr.
Saturnino Saturno Planetário Ministério da Educação e Cultura
Av. Anel de Saturno nº 1000000 Esplanada dos Ministérios
Planeta
Saturno-Sistema Solar Brasília – DF
Planeta Saturno, 13/10/2011.
Relatório da
Educação no Brasil.
Exmo.
Sr. Fernando Haddad, Ministro da Educação do Brasil,
Tendo
em vista a missão exploratória do meu planeta (Saturno), a qual me possibilitou
conhecer e analisar as características da educação do seu país, venho solicitar
a atenção de V. Ex. para os fatos que
passo a expor:
Percebi que o Brasil é um país muito avançado quando se
trata de teorias educacionais e cheguei à conclusão de que os resultados atuais
da avaliação internacional, não condizem com a realidade brasileira. Explico,
que a minha conclusão esta referendada pelo fato de que os discursos de
teóricos como Vygotsky, Piaget,
Paulo Freire e Foucault, dentre outros, que norteiam as práticas educacionais
brasileiras, evidenciam a preocupação do Brasil em formar o indivíduo de forma
integral. Verifiquei também, que há um documento norteador das ações educativas
das instituições brasileiras, que é o PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, apelidado de
PPP. Achei excelente a idéia de se elaborar um projeto que, como afirma um dos
teóricos que conheci, o Sr. José Carlos Libâneo, representa a oportunidade de a direção, a coordenação pedagógica, os
professores e a comunidade, tomarem sua escola nas mãos, definir seu papel
estratégico na educação das crianças e jovens, organizar suas ações, visando a
atingir os objetivos a que se propõem. (LIBÂNEO, 200 apud Bemfeito, 2011).
Dessa forma, refletindo sobre que dizem
esses autores, pesquisei ainda mais sobre o PPP – vou chamá-lo assim também,
afinal, já estou ficando familiarizado com o termo-, e segundo minhas descobertas projeto da instituição
precisa ser crítico, democrático e dialético.
A
criticidade no/do PPP está no fato de que é preciso compreendê-lo como um
instrumento de poder, por isso, deverá ser construído
com clareza no que se refere ao compromisso ético-pedagógico de contribuir para
a formação e educar o cidadão de hoje,para se tornar crítico, reflexivo e
criativo, capaz de atuar e ajudar a
transformar e melhorar a sociedade da qual faz parte. (SOUZA, 1998 apud
MEDEL, 2008). Nesse aspecto, entendi que a escola, ao elaborar o seu PPP deve
refletir acerca de sua escolha política, ou seja, poderá considerar que o projeto tem como objetivo formar um
cidadão crítico e transformador, capaz de intervir em prol de uma
sociedade menos desigual ou ter como meta
formar um cidadão que se omite, mantendo assim,o status quo. (BEMFEITO,
2011).
No
aspecto democrático, o projeto tende a levar a instituição a exercer um gestão
participativa, tendo em vista que os sujeitos que devem articulá-lo são todos
os agentes da instituição: diretores, supervisores, coordenações, setores
administrativos, corpo docente e discente, merendeiras, etc. Nesse sentido, há
uma descentralização das discussões que norteiam as atividades desenvolvidas
pela escola, pois todos os segmentos que formam a comunidade escolar são
chamados a participar, a opinar, a colaborar na construção do PPP.
Diante
desses fatos, Senhor Ministro, quero destacar outro tema que me chamou muita
atenção, o MULTICULTRALISMO. Percebi que
o Brasil, por ser um vasto território, formado por um povo miscigenado (outro
termo que descobri!), com características culturais diferentes, inclusive com
modos de falar também diferentes, ou seja, os “sotaques” e “dialetos” que são o
jeito de falar de cada povo, de acordo com a região onde mora e pelas
interferências de povos estrangeiros, precisa garantir uma convivência na
diversidade, no respeito ao outro, evitando assim, que as instituições
educacionais atuem como reprodutoras das desigualdades, mas que tornem-se
produtoras da convivência harmoniosa da diversidade.
Pude
verificar, também, nas minhas pesquisas pelo mundo, que países como os Estados
Unidos já utilizam o multiculturalismo desde a passagem do século XIX para o XX
e que na França, nos anos sessenta, começou a ser construída uma nova percepção
histórica, a qual reconhecia que o valor do que já está instituído no campo
prático pode ser um fator de motivação para a construção de um PPP, como bem
ressalta Bemfeito, 2011.
No
caso da motivação, é preciso dar voz aos sujeitos, é preciso inovar, pois a
inovação é um direito e dever dos participantes e dos gestores do processo,
considerando as articulações entre as situações reais e as desejadas, indo além
de meras orientações. Dessa forma, um projeto concebido a partir da inovação
não será fruto de um processo regido pela linearidade e pela homogeneidade, que
dificultam a concepção e a execução de práticas e etapas, mas terá como bases,
a transparência e a possibilidade de acompanhamento de sua implementação pelos
agentes e sujeitos. Que maravilha Senhor Ministro, estou cada vez mais
entusiasmado com as práticas educacionais do seu país!
Quanto
à concepção do PPP, entendi que é preciso haver uma intencionalidade, a qual
precisa partir dos elementos primordiais de motivação, como a valorização das
partes em relação ao todo; a igualdade na constituição da identidade coletiva,
bem como o espaço para realização aberto pela gestão democrática. Portanto, é
preciso que o PPP transpasse os diversos níveis institucionais, alcançando a
totalidade da escola. Dessa forma, reverte-se a fragmentação, buscando-se
vincular os atores a concepção e implementação do projeto a uma dimensão
dialética da educação, o que leve também, a uma postura cidadã e autônoma.
AUTONOMIA! Que palavra interessante! Vocês brasileiros, possuem um vocabulário
muito rico. A autonomia, como pude perceber, é que faz com que a escola chegue
a uma concepção inovadora, que vai além das ações e atinge as intenções,
privilegiando o espaço de construção de conhecimentos, através da pesquisa e do
debate.
Ainda
mergulhado nos pensamentos dos teóricos brasileiros e nas várias discussões
acerca do PPP, verifiquei que tanto a escola quanto a universidade são espelho
e reflexo da sociedade na qual estão inseridas, o que supõe que seus projetos
devam relevar essa realidade. REALIDADE, rima com IGUALDADE e QUALIDADE, outros
dois pontos importantes na concepção de um projeto político pedagógico, os
quais irão acontecer de forma satisfatória, se houver uma GESTÃO DEMOCRÁTICA,
um princípio consagrado pela legislação brasileira na administração escolar.
Dessa forma, a partir da gestão democrática as escolas deixam de ser executoras
de políticas educacionais e passam a ser produtoras de projetos institucionais
articulados aos eixos reguladores.
Outro
elemento extremamente importante e condicionante do processo político
institucional que se espera com a implementação do PPP, é a VALORIZAÇÃO DO
MAGISTÉRIO, que deve ser perseguida, como afirmam seus teóricos, através da
formação continuada dos professores. Ah,
os professores brasileiros! Fiquei encantado com as diversas discussões a
respeito desses bravos trabalhadores, embora, nas minhas pesquisas, tenha
descoberto que eles ainda não são valorizados e respeitados como tanto merecem!
Notei
que é necessário traçar um roteiro para a sua construção e implementação do
começando pelo HISTÓRICO INSTITUCIONAL, parte introdutória do projeto, onde
serão explicitados dados como a localização da instituição em seu espaço-tempo,
histórico e/ou cronológico; passando pela REALIDADE INSTITUCIONAL, que é a
descrição da estrutura física da instituição e até mesmo sua relação
patrimonial, o que originará um plano natural de investimentos e ações futuras.
Tudo
o que foi mencionado até aqui, e que V. Exa. deve conhecer muito bem, não só
pelo cargo que exerce, mas por também ser uma das mentes que articulam as
políticas educacionais no Brasil, deve estar pautado em princípios éticos e
filosóficos. Tais princípios são importantes porque é através deles que a
instituição fará um diagnóstico, comparando o que deseja com o concretamente
exercido ao longo do tempo, procurando identificar como a função da educação
está cristalizada no imaginário dos participantes do processo e se esta
realidade está de acordo com os princípios pré-concebidos pela instituição
educacional.
Após
a construção do ELEMENTO FUNDADOR, é preciso organizar COLETIVAMENTE – outro
termo interessante! – os objetivos de curto, médio e longo prazo. A curto prazo
são aquelas ações e objetivos inerentes à formação e capacitação dos agentes e
sujeitos dos processos de análise e implementação, bem como, o registro de
todos o processo realizado e sua continuidade. Ações de médio prazo, referem-se
às práticas educacionais de forma concreta, no que condiz ao método e ao currículo.
Já as ações e objetivos de longo prazo, são aquelas não mensuráveis num curto
espaço de tempo, pois interferem em valores estruturais cuja transformação é
longa e processual, como por exemplo, a atitude dos agentes e sujeitos diante
dos novos valores a serem constituídos.
Voltando
à questão do currículo, percebo que este é o principal norteador da instituição
e, consequentemente, do PPP, e o mesmo não é um elemento neutro, pelo contrário, deve
constituir-se como expressão privilegiada da cultura de seus elaboradores e
constituintes. Portanto, o projeto institucional é uma oportunidade legítima de
construção de um novo currículo orientado pára práticas emancipadoras. Para
tanto, é preciso o gerenciamento de tarefas, através de estratégias de gestão,
que permitam uma maior interação entre as relações pessoais e as relações de
trabalho.
Quanta
coisa aprendi até agora, senhor Ministro! Entretanto, não posso deixar de
mencionar um ponto chave de todo o processo de desenvolvimento institucional,
que é a AVALIAÇÃO. A respeito desse importante tópico que compõe o PPP, percebi
que a avaliação educacional engloba os aspectos ou elementos avaliados nos
campos pedagógico, administrativo e sistêmico das escolas ou universidades.
Sendo assim, de acordo com sujeito avaliado, divide-se em avaliação da
aprendizagem – quando faz referência ao aluno e avaliação do ensino – quando
atinge o corpo pedagógico da instituição, sua metodologia e seu currículo.
Porém, quando se trata de avaliação institucional, esta engloba a aprendizagem
e o ensino, bem como, a gestão e a administração.
Ao
pesquisar sobre avaliação, verifiquei que a gênese da avaliação no Brasil está
associada ao SAEB – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica e ao ENADE
– Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes. No PPP, as práticas avaliativas
devem acontecer em diferentes momentos, colaborando para a instrumentação dos
condutores do processo de construção. Nesse sentido, a avaliação começa desde o
diagnóstico e percorre todas as etapas do projeto, avalia o cumprimento das
metas, a participação dos sujeitos e o próprio PPP. Avalia-se sempre e
cotidianamente.
Após
o exposto, apesar do fato de ter ficado fascinado pelas minhas
descobertas, quero chamar a vossa
atenção, Senhor Ministro, para um aspecto que me chamou a atenção quando parti
em busca de novas experiências educacionais pelo mundo e percebi que o Brasil,
por possuir um know hall tão
significativo no que diz respeito ao ensino e à aprendizagem, com discursos
fantásticos, possui um resultado tão baixo na avaliação internacional – PISA, e
isso me deixou cismado, pois não entendi porque os teóricos e pesquisadores
brasileiros não escrevem a respeito desses índices tão baixos. E, ainda, não
entendo porque as várias teorias e os planos traçados para a educação, não
conseguem resolver esse problema.
A polêmica sobre a avaliação no Brasil, só me
chamou a atenção, principalmente, após as visitas que fiz a outros países, como
a França, berço de vários teóricos nos quais os brasileiros buscam inspiração e
referenciam suas idéias, e percebi que lá, a educação praticada é muito
diferente do que os brasileiros pregam como o ideal. Nesse sentido, surgiram questionamentos como:
Por que a avaliação não é tratada com
o valor que deve ter, por que os resultados de um país com tantas
boas idéias, não surte o efeito desejado?O que está faltando para que o Brasil
esteja entre os melhores países, assim como os países da Europa, tendo em vista
que sua educação está respaldada em muitas teorias de autores desse continente? Por isso, mesmo não possuindo um conhecimento
mais aprofundado a respeito, sugiro a Vossa Senhoria e aos educadores
brasileiros, é que a avaliação comece a ser debatida, discutida e que o Brasil
possa traçar um plano estratégico, prático, que deixe de lado tantas teorias
abstratas e parta para a ação, para a prática.
Despeço-me,
por enquanto, pois sei que voltarei ao seu planeta para aprender mais a
respeito da educação e espero encontrar muitas outras coisas interessantes,
principalmente, espero ver o Brasil entre os melhores índices da avaliação
internacional. Retornarei a Saturno e relatarei tudo o que vivenciei aqui aos
meus superiores, os quais ficarão impressionados com as minhas descobertas.
Agradecendo
antecipadamente a atenção de V. Ex.a, apresento meus melhores cumprimentos saturnianos,
Mr. Saturnino.
REFERÊNCIAS
BEMFEITO,
Ana Paula Damato. Projeto Político
Pedagógico. São Paulo: Grupo Ibmec Educacional, 2011.
LITTO. Fredric M. Indicadores de uma Escola Moderna...Um
“Checklist”. CD do Curso Mídias na Educação. Ciclo Intermediário –
Biblioteca Material do Aluno – Etapa 1/leituras. MEC/SEED/UFMA, 2010.
NÓVOA, A. Para uma análise das instituições
escolares. Disponível em: http://www2.dce.ua.pt/docentes/ventura/ficheiros/documpdf/ant%C3%B3nio%20n%C3%B3voa.pdf
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