sábado, 14 de agosto de 2010

Uso pedagógico de mídias na escola

ANALISANDO A MUDANÇA

Por Celine Azevedo

O principal desafio da sociedade contemporânea é saber lidar com as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s), para que o ser humano não se torne um mero usuário das mídias, mas que aprenda a construir novos conhecimentos, a adquirir novas possibilidades, achar soluções viáveis para resolver os problemas do seu cotidiano, facilitando assim, a sua vida e a da comunidade.

A mudança deve acontecer em todos os setores da sociedade e na própria pessoa. Às Instituições de Ensino, cabe a adequação de seus currículos, em todos os níveis, da Educação Infantil ao Ensino Superior, possibilitando aos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, o contato com a tecnologia, a capacidade de poder aprender a manusear os equipamentos, a buscar novas formas de aprender e ensinar.

Sem dúvida, a internet e as demais tecnologias influenciam sobremaneira, as formas de organização e sistematização das aulas, na medida em que os espaços de troca de informações são os mais diversos possíveis, presenciais ou à distância. O processo ensino-aprendizagem dar-se-á de forma rápida, com múltiplas interpretações. Os conteúdos tomarão novos formatos, serão acrescidos de imagens e sons as informações serão atualizadas a todo o momento, surgirão novos contextos e situações, desencadeando nos sujeitos, a necessidade de fazerem inferências, acréscimos, tornando-os assim, atores e autores do ato comunicativo.

A escola precisa redimensionar o seu papel na sociedade. Os avanços científicos, culturais e sociais, alavancados pelo desenvolvimento veloz das tecnologias, ditam uma nova “ordem mundial”, uma nova realidade, onde os atos de aprender e ensinar configuram-se como dois eixos importantes para a aquisição de conhecimentos relevantes, que insiram o sujeito no mundo tecnológico, na realidade virtual, que a cada dia torna-se mais real e acontece bem debaixo de nossos olhos.

É importante que nós, educadores, tenhamos força de vontade para aprender, para adquirir novas competências e habilidades, como afirma Perrenoud.

Precisamos criar novos conceitos, novas metodologias, um jeito novo de ver o mundo, de interagir com os nossos alunos, colegas, enfim, aprender a fazer uma aula diferente, para podermos ser construtores e mediadores do conhecimento e não meros transmissores de conteúdos, os quais, na maioria das vezes, já não fazem mais sentido, porque não são contextualizados, não despertam a curiosidade, não aguçam a criatividade do aluno.

Não quero dizer, entretanto, que basta usar os recursos tecnológicos e estaremos fazendo a coisa certa. Como diz Moran, o deslumbramento de muitos e o uso exacerbado das tecnologias, sem nenhum critério, pode levar as pessoas ao comodismo, à submissão, ao aumento do individualismo e à alienação, já que há muitos jogos de interesse por trás dos grandes grupos e empresas.

É necessário sim, que a Educação possa acompanhar o desenvolvimento tecnológico, onde tanto os docentes quanto os discentes tornem-se pró-ativos, que possam interagir de forma mais rápida e eficiente, agregando conceitos e conteúdos necessários ao pleno desenvolvimento de suas potencialidades, de forma criativa, equilibrada e coerente.

Por isso, outro grande desafio da Sociedade de Informação e Comunicação, é diminuir a exclusão digital, ou seja, é possibilitar a todos, em todas as esferas da sociedade, o acesso às TIC’s. Não um acesso superficial, mas a possibilidade de interação, de construção do conhecimento. Além disso, é preciso combater os crimes virtuais, como roubos, violência, prostituição, pedofilia, dentre outros.

Dessa forma, uma Educação de qualidade mediada pela tecnologia, não pode ser feita de qualquer jeito, há de acontecer uma mudança de paradigmas na sociedade como um todo.

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